Cinéfilos de plantão devem reconhecer este indivíduo, cuja má-fama retrocede uns 27 anos na história do cinema.
O vilão da vez é Kurgan, o antagonista principal do filme Highlander (1986), dirigido por Russel Mulcahy e estrelado por Christopher Lambert e Sean Connery. No filme, o ator Clancy Brown deu vida ao temido algoz cuja disposição e sede por cortar cabeças atravessou séculos da história.
No filme, Kurgan surge como um dos inimigos do clã McLeod, um povo nativo do norte da Escócia, cujas batalhas por território acabam por entrar em conflito com sua tribo de bárbaros. Durante o combate, Connor McLeod percebe que seus oponentes, estranhamente, evitam atacá-lo a todo custo, logo descobrindo que esse fato tinha relação com ter sido “jurado” pelo que aparenta ser o líder dos inimigos de seu povo.
Em uma sequência de cenas que marcou a muitos, até aqueles que não são fãs do filme, Connor é atacado por Kurgan, que o atravessa com sua espada longa, e, antes que pudesse desferir o golpe que decapitaria o escocês, o vilão é cercado e impedido pelos aliados de McLeod.
Tempos depois, o imortal Juan Sánchez Villa-Lobos Ramírez ensina a Connor sobre a imortalidade e os princípios dos duelos a que os imortais se predispõem, em seguida relatando em detalhes o histórico acerca do implacável e cruel guerreiro bárbaro que combateu o clã McLeod: nas palavras de Ramírez, Kurgan nasceu nas frias estepes da Rússia, em meio a uma família de rufiões sanguinolentos que o ensinaram a lutar assim que aprendeu a andar. Seu povo cruel cultivara hábitos infanticidas, o que apenas reforçou sua educação de valores que desprezam a vida e todas as virtudes, tendo apenas o sadismo e a sanguinolência como referências. Kurgan logo tomou conhecimento sobre sua imortalidade e sobre os duelos, e assim, mais do que naturalmente, passou a desejar o Prêmio, conquistado pelo imortal que decapitasse a todos os outros imortais espalhados pelo mundo.
Durante o filme, Kurgan é retratado de modo espetacular (pelo menos em minha opinião) por Clancy Brown, conferindo uma presença pervertida e um apelo visual ameaçador ao vilão, o que serviu de inspiração para muitos mestres de RPG naquela época, principalmente para aqueles que gostavam de massacrar ou intimidar o grupo de jogadores. Grande parte do estímulo era proveniente do princípio do filme, cuja ambientação se passa por volta do final da Idade Média (meu período histórico favorito).
Além do aspecto inspirador, Kurgan também destaca-se nas cenas das quais participa, mesmo sendo tão poucas em comparação aos outros personagens da narrativa. Uma de minhas preferidas é o diálogo que ele trava com Connor McLeod, já em 1985, dentro de uma igreja católica em Nova York: seu menosprezo pela religiosidade e deboche aos sacerdotes ali presentes são maus comportamentos reprovados e logo “admoestados” por McLeod, que o ameaça com o duelo, proibido naquele lugar sagrado. O diálogo marcado pelas frases desdenhosas de Kurgan só pontuam sua caracterização desafiadora, colocando-o no patamar (merecido) de um antagonista memorável (e digno de ser posto na ponta de uma lança!).
Fontes:
http://www.internationalhero.co.uk/k/kurgan.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Kurgan
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kurgan_(Highlander)
http://en.wikipedia.org/wiki/Highlander_(film)
http://en.wikipedia.org/wiki/Juan_S%C3%A1nchez_Villa-Lobos_Ram%C3%ADrez
9 março, 2013 at 16:13
Essa cara de Frankenstein me assusta! XD
9 março, 2013 at 16:42
Pois eu também fiquei meio receoso quando vi o filme pela primeira vez, lá em 1988…
9 março, 2013 at 19:48
Mas o cara atuou bem pacas! E essa cara de Frankenstein combina perfeitamente XD
9 março, 2013 at 19:56
Concordo, certos atores conseguem gelar mesmo a espinha… Gary Oldman é outro capaz de intimidar muitos machos com seus vilões insanos.
11 março, 2013 at 10:39
Adoro a cena em que ele aterroriza a velhinha dentro de um carro