Tiger Heli – NES

Quem viveu o boom dos games entre metade dos anos 80 e metade dos 90, testemunhou a multiplicação de consoles brasileiros no mercado que rodavam os jogos de NES. Empresas como CCE, Dynacom, Gradiente e Milmar disputavam suas fatias no meio que popularizou os jogos do famoso Nintendinho (e, ao mesmo tempo, deu ensejo à pirataria). Quem não tinha grana pra comprar um Bit System, podia solicitar ao papai que considerasse um Super Charger, por exemplo. Mas, deixemos esse assunto pra outro tópico!

Tiger Heli era o título que acompanhava o console Top Game. Logo cedo, aprendi a desconfiar da jogabilidade dos jogos que já vinham nos consoles. Foi lançado pela extinta Toaplan para os arcades e depois adquirido pela Taito, relançando-o em 1986.

Você controla um helicóptero armado com o que parecem ser pequenos mísseis (infinitos) e dois lances de bombas que fazem uma relativa limpa ao redor da aeronave, em momentos críticos. Objetivo: sobrevoar o que parece ser uma cidade sitiada por uma força militar hostil, e atirar em todos os tanques, navios, artilharia pesada e aviões à vista. Claro que ninguém vai achar ruim se você aproveitar pra ganhar alguns pontos extras detonando as casas e veículos civis pelo caminho…



Para auxiliar na batalha, existem 3 tipos de Power-ups, mantidos em caixas com uma cruz piscante que altera sua cor, variando o bônus:
Verde – Bombas extras
Branco/Cinza – Pequeno helicóptero auxiliar, tiro frontal
Vermelho – Pequeno helicóptero auxiliar, tiro lateral
Os mini-helicópteros podem ser combinados, fazendo seus tiros alcançarem áreas onde os inimigos costumam ficar de tocaia. Se o jogador já tiver dois mini-helicópteros e atirar na caixa com a cruz, não receberá mais mini-helis, mas ela concederá um bônus de 5.000 pontos.
Há, também, uma caixa marrom chamativa por seu comportamento pulsante de crescer/diminuir. Basta atirar nela para coletar seu bônus: a cada dez caixas pulsantes atingidas, o jogador ganha uma vida extra.
Os inimigos são os mesmos, assim como os cenários. Parece que resolveram aproveitar os parcos gráficos, pois o jogador sente-se voar em círculos, atirando nos mesmos tanques, artilharia, aviões e navios… Exceto por um carrinho aqui e ali, e um baita tanque metido a chefão que costuma surgir aos pares, não há nada especial.


Como não poderia deixar de ser para um jogo antigo de NES (que ainda acompanha um console…), Tiger Heli não tem fim. Você perceberá, em menos de 10 minutos de jogo, que luta uma batalha numa guerra infinita, com inimigos infinitos. E o que é pior: inimigos que atiram cada vez mais rápido!
A cada “cena” de combate, surge um heliporto para que o audacioso Tiger Heli pouse e renove a munição (e, claro, faça uma boa contagem de pontos de acordo com as bombas e mini-helis restantes). Após a contagem do placar, o poderoso helicóptero levanta voo e retorna ao combate, com um desafio proporcionalmente maior. Isso é o que poderíamos chamar de um novo estágio, mas, como não há nenhuma marcação, o jogador restringe-se à velocidade dos tiros inimigos para pontuar o progresso no jogo. E bota dificuldade nisso: depois de pousar em 3 heliportos (o que já é trabalhoso), os projéteis aceleram, exigindo maior habilidade no direcional. E a fórmula prossegue, a cada novo pouso no heliporto, mais rápido os projéteis se tornam. Em tempo, o jogador obtém o resultado mais batido do brinquedo: Game Over!


Já colecionei muitos calos por causa de Tiger Heli: graças ao controle do Top Game e seu direcional sádico, o polegar esfolava-se sem dó com as persistentes horas de tentativa na busca de um suposto fim para o jogo. Doce ilusão…
É raro encontrar um veterano que não conheça este cartucho. Mas, em todo caso, é fácil achar a rom na web. Só não jogue no teclado!

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Sobre Rodrigo Bazílio

Apenas um professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio, com o hábito quase vicioso de aliviar o estresse com jogos eletrônicos, música, leitura, RPGs e com a arte de pintar miniaturas. Ver todos os artigos de Rodrigo Bazílio

Uma resposta para “Tiger Heli – NES

  • dcnautamarvete

    Até hoje, gosto do nintendinho. No meu caso, meu pai tinha me dado um Dynavision 3 (aquele do joystick com alavanca como um direcional). Hoje, meu nintendinho é um MPDingoo, também da saudosa Dynacon. Fico impressionado com o fato de que todos os jogos daquela geração cabem em um cartão de memória, e ainda sobra espaço… Tomara que tenhamos outros posts nostálgicos como este. Valeu.

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