Laerte, sempre honrando a todos nós.
Arquivo do mês: agosto 2020
A espera – Ferreira Gullar
Um grave acontecimento está sendo esperado por todos
Os banqueiros os capitães de indústria os fazendeiros
ricos dormem mal. O ministro
da Guerra janta sobressaltado,
a pistola em cima da mesa.
Ninguém sabe de que forma desta vez a necessidade
se manifestará:
se como
um furacão ou um maremoto
se descerá dos morros ou subirá dos vales
se manará dos subúrbios com a fúria dos rios poluídos
Ninguém sabe.
Mas qualquer sopro num ramo
o anuncia
Um grave acontecimento
está sendo esperado
e nem Deus e nem a polícia
poderiam evitá-lo.
Um grave acontecimento está sendo esperado por todos
Os banqueiros os capitães de indústria os fazendeiros
ricos dormem mal. O ministro
da Guerra janta sobressaltado,
a pistola em cima da mesa.
Ninguém sabe de que forma desta vez a necessidade
se manifestará:
se como
um furacão ou um maremoto
se descerá dos morros ou subirá dos vales
se manará dos subúrbios com a fúria dos rios poluídos
Ninguém sabe.
Mas qualquer sopro num ramo
o anuncia
Um grave acontecimento
está sendo esperado
e nem Deus e nem a polícia
poderiam evitá-lo.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. José Olympio editora, 2001, Rio de Janeiro.
Como criar uma ficção/personagem/cenário usando o método Hollywood
A partir da reflexão sobre o seguinte Tweet, escrito pelo Marcelo Naranjo, resolvi publicar esta impressão despretensiosa em forma de guia maroto.
Parafraseando o Marcelo: “imagina um roteiro aleatório!”.
Ele se referia à série Warrior Nun, novidade da Netflix, indagando sobre como os roteiristas e criadores em geral de ficção “criavam” suas invencionices para nós, consumidores ávidos por… bem, digamos que não por originalidades, mesmo porque isso é algo questionável, mas por ideias bem-boladas. Ainda que sejam de gosto duvidoso. Continue lendo