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Guia: Como Começar a Jogar RPG?
É sempre bom (re)iniciar essa conversa… pois é comum, ainda hoje, alguém me perguntar como se joga RPG. Eu até escreveria um artigo “tutorial”, mas como muitos já fizeram isso antes de mim, vou apenas reblogar a iniciativa de alguns colegas. Confira!
Saudações! Se você sempre sempre quis saber como começar a jogar RPG de mesa, mas ninguém nunca parou para te ensinar, este post-guia é para você! _______________________________________________________________________
1. Resumidamente, o que é RPG?
2. Como aprender e começar a jogar RPG?
2.1 O que eu devo fazer? Que livros devo ler?
2.2 Onde eu encontro livros e dados para comprar?
2.3 E os mapas e as miniaturas?
3. Eu não tenho com quem jogar RPG, e agora? _______________________________________________________________________
1. Bom, primeiro você precisa saber o que é RPG, certo? Então vamos lá! Resumidamente, RPG é a sigla para Role Playing Game (ou Jogo de Interpretação de Papéis), uma mistura de teatro com jogo de tabuleiro onde os participantes irão contar histórias colaborativamente. Para jogar, reúna seus amigos; vocês precisarão dos livros de regras, dados multifacetados e muita imaginação. Uma das pessoas será…
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VENHA VER O PÔR-DO-SOL – Lygia Fagundes Telles
ELA SUBIU sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde.
Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial de estudante.
– Minha querida Raquel.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
– Vejam que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cima.
Ele sorriu entre malicioso e ingênuo.
– Jamais, não é? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa elegância…Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete-léguas, lembra?
– Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui? – perguntou ela, guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. – Hem?!
– Ah, Raquel… – e ele tomou-a pelo braço rindo.
– Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e dourado…Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse perfume. Então fiz mal?
– Podia ter escolhido um outro lugar, não? – Abrandara a voz – E que é isso aí? Um cemitério? Continue lendo
Soberania – Manoel de Barros
Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação.
Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das idéias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo — o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase:
A imaginação é mais importante do que o saber.
Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas. E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi.
Texto extraído do livro (caixinha) “Memórias Inventadas – A Terceira Infância”, Editora Planeta – São Paulo, 2008, tomo X, com iluminuras de Martha Barros.
Neil Gaiman: Por que nosso futuro depende de bibliotecas, de leitura e de sonhar acordado
Um artigo de importância universal.
Uma palestra que explica porque usar nossa imaginação e providenciar para que outros utilizem as suas, é uma obrigação de todos os cidadãos
pelo The Guardian, em 15/10/2013
É importante para as pessoas dizerem de que lado estão e porque, e se elas podem ou não ser tendenciosas. Um tipo de declaração de interesse em sociedade. Então eu estarei conversando com vocês sobre leitura. Direi à vocês que as bibliotecas são importantes. Vou sugerir que ler ficção, que ler por prazer, é uma das coisas mais importantes que alguém pode fazer. Vou fazer um apelo apaixonado para que as pessoas entendam o que as bibliotecas e os bibliotecários são e para que preservem ambos.
E eu sou óbvia e enormemente tendencioso: sou um escritor, muitas vezes um autor de ficção. Escrevo para crianças e adultos. Por cerca de 30 anos tenho ganhado a minha vida através das minhas palavras, principalmente…
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Summary Review: Castle of Illusion [remake]
Olá meus caros, como vão?
Impressionados que consegui postar dois textos tão próximos um do outro em termos de data? Acalmem-se, não vai voltar a ser semanal, embora eu quisesse muito.
Resolvi interromper a sequência de posts que tinha planejado aqui pra colocar uma breve análise sobre um jogo que acabou de sair, o remake de Castle of Illusion. Como é uma análise mais rápida, resolvi inaugurar uma nova sessão aqui no blog, a Summary Review. Neste tipo de análise vou tentar ser mais sucinto e evitar grandes spoilers, já que será uma sessão mais para jogos novos que acabei de jogar. Praticamente um resumo mesmo.
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10 conselhos de Carlos Drummond de Andrade a um escritor iniciante
Trechos (editados) da crônica A um jovem, publicada em A bolsa e a vida (1962):
1. Não acredite em originalidade, é claro. Mas não vá acreditar tampouco na banalidade, que é a originalidade de todo mundo.
2. Não fique baboso se lhe disserem que seu novo livro é melhor que o anterior. Quer dizer que o anterior não era bom. Mas se disserem que seu livro é pior que o anterior, pode ser que falem verdade.
3. Procure fazer com que seu talento não melindre o de seus companheiros. Todos têm direito à presunção de genialidade exclusiva.
4. Aplique-se a não sofrer com o êxito de seu companheiro, admitindo embora que ele sofra com o de você. Por egoísmo, poupe-se qualquer espécie de sofrimento.
5. Sua vaidade assume formas tão sutis que chega a confundir-se com modéstia. Faça um teste: proceda conscientemente como vaidoso, e verá como se sente…
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20 centavos sobre os 20 centavos
Rebloguei mesmo, pois a reflexão e o debate não podem desacelerar.
Era para eu estar escrevendo aqui sobre livros e seriados mas, sinceramente, com tudo o que está acontecendo no Brasil desde quinta-feira minha cabeça não está funcionando para essas coisas (não que a análise de GoT não vá sair, nem resenhas, mas enfim). É tanta coisa na minha cabeça que gostaria de pôr na mesa e clarear um pouco das minhas próprias opiniões sobre tudo o que está acontecendo, sobre a polvorosa, sobre os manifestos, sobre a revolta generalizada. Claro que não pretendo esgotar o tema, pq o que uma aninha do interior sabe do mundo, mas só um pouco do muito que anda sendo ventilado por todos os lados.
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