Arquivo da tag: conto

ARENA – Frederic Brown

(Nota: este é o conto que inspirou o episódio “Arena”, da série Star Trek, ou Jornada nas Estrelas. O episódio é o 18º da primeira temporada, exibido em 1967 na TV americana).

Carson abriu os olhos e viu acima de si uma obscuridade azul e imprecisa.

Fazia calor e ele estava deitado na areia, sentindo a ponta de uma pedra meio oculta pela areia machucar-lhe as costas. Virou-se de lado, afastando-se da pedra, e sentou-se num impulso. “Eu estou louco”, pensou. “Louco — ou morto — ou qualquer coisa assim”. A areia era azul, de um azul brilhante. Mas não existia tal coisa, isto é, areia azul, nem na Terra nem em qualquer outro planeta.

Areia azul. Continue lendo

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Orígenes Lessa – A Aranha

Conto de Orígenes Lessa, dramatizado e lido pela maravilhosa Maria Luísa Mendonça, no antigo e excelente programa “Contos da Meia Noite”, da TV Cultura.


Dos jogos em família

(um conto)

Rúbia e Glauco eram irmãos e moravam juntos. Saíam juntos, também. E bebiam louvores a Baco e faziam das noites de sexta e sábado distintas das manhãs de horário-comercial, juntos. Certo crepúsculo de outono, no entretanto da concupiscência, ambos adularam o cogitar de terceira companhia. Apostaram no aliciamento da conivência de incerta barmaid de casa bem freqüentada: guria de um quarto de século de vida. Aquele irmão que obtivesse o cortejo e levasse-a para casa primeiro, calçaria noutro um sexo sodômico. Mas Glauco, a ruminar franjas extras pro negócio, pediu chance a Rúbia, irmã mais vivida e porejada de passados. Rúbia, naquele então, deu duas horas de dianteira a seu irmão. E Glauco meteu-se a caminho. Continue lendo


O espelho – Machado de Assis

O espelho – Esboço de uma nova teoria da alma humana

 Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo.

Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e cinqüenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna. Como desse esta mesma resposta naquela noite, contestou-lha um dos presentes, e desafiou-o a demonstrar o que dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele) refletiu um instante, e respondeu: Continue lendo


Circuito Fechado (1) – Ricardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Ricardo Ramos, 1978.


A Escrava Branca – Daniel Galera

Decidi que o que que eu precisava era de uma escrava branca. Botei um anúncio no jornal:

PROCURA-SE: ESCRAVA BRANCA. Mulher jovem, muito bonita, interessada em obter moradia, conforto e sustento geral em troca de presença permanente em casa e favores sexuais irrestritos. Magra, levemente fornida, e com uma excelente coluna vertebral. Nível cultural mediano ou elevado. Dotes culinários e musicais serão altamente apreciados. Período de avaliação de 6 meses, possível estendimento para contrato permanente. Interessadas mandar e-mail com foto e descrição pessoal para… Leia mais…


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