Você pediu que eu escrevesse sobre a maldade. Foi a primeira vez que uma pessoa me pediu isso. Você foi corajoso porque falar sobre a maldade é falar sobre nós mesmos. A maldade é algo que mora dentro de nós, à espera do momento certo para se apossar do nosso corpo. Ao pedir que eu falasse sobre a maldade você me pediu que o ajudasse a entender o lado escuro de você mesmo.
Para a gente entender a maldade é preciso entender, antes, os dois poderes de que somos feitos. Somos feitos de uma mistura de amor e poder. Amor é um sentimento que nos liga a determinadas coisas, e vai desde o simples gostar até o estar apaixonado. O amor quer abraçar, ficar perto, proteger. Amo meu cachorrinho: quero brincar com ele, tenho saudade dele. Se ele morrer eu vou chorar. Gosto da minha casa. Dói muito – dá raiva – se alguém picha de preto o muro que tinha justo sido pintado de branco. Gosto muito de uma pessoa: pode ser o pai, a mãe, o avô, a namorada. Por causa desse sentimento fico triste vendo que aquela pessoa está triste. O amor faz isso: coloca o outro dentro da gente. O que o outro sente, a gente sente também. Um amigo meu, pedreiro, senhor João, a primeira coisa que fazia quando me visitava em minha casa era salvar, com um peneira, as abelhas que estavam morrendo afogadas na piscina. Ele sofria com as abelhas. Continue lendo
10 Comentários | Tags: adolescência, amor, análise, argumentação, atitudes, carta, construtivismo, diálogo, didática, disciplinar, discurso, dissertação, educação, education, epístola, escola, estudo, filosofia, história, interdisciplinar, interdiscursividade, interpretação, intertextualidade, juventude, narrativa, pedagogia, poder, português, produção textual, redação, Rubem Alves, socialização, sociedade, sociologia, textual, transversal, valores, vandalismo, violência | Enviado emLiteratura
O texto a seguir foi extraído do livro Storyteller’s Handbook, publicado em 1997 pela White Wolf para orientar e aprofundar melhor os Narradores do rpg Vampiro: A Máscara, segunda edição. A obra continha valiosas informações e esclarecimentos sobre a arte de mestrar/narrar uma crônica de Vampiro, incluindo algumas páginas de teoria da linguagem das Crônicas. É quase desnecessário mencionar que o Storyteller’s Handbook tem um valor perene para qualquer mestre de RPG, posto que as orientações contidas no livro podem ser utilizadas em qualquer sistema de jogo, ou até mesmo para quem deseja escrever um conto ou romance e precisa de um texto que estimule a reflexão sobre a produção criativa.
Tomei a liberdade de realizar uma tradução e uma adaptação livre de suas primeiras páginas, criando um guia em linhas gerais e práticas, na expectativa de auxiliar aqueles que almejam praticar o ato de Narrar uma partida de RPG ou que apenas pretendam discutir concepções teóricas subjacentes ao hobby. Continue lendo
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