Arquivo da categoria: Literatura
É com grande satisfação que faço uso do espaço deste blog para divulgar meu primeiro livro: o Hipógrafo.
A partir da reunião de textos derivados de gêneros diversos, produzidos na época da adolescência (sempre ela!), decidi formatar tudo e fazer as devidas conversões para publicar no site Amazon.
Não posso ostentar competência alguma de escrita, já que tudo o que meu livrinho contém são cismas, impressões, poemas e contos nascidos naquele período da vida em que todos somos inexperientes, repletos de aspirações, sonhos, rebeldias cruas e descobertas. Mas posso garantir uma leitura que talvez se identifique com quem possui sensibilidade suficiente para reconhecer certos traços emocionais da juventude.
Bateu a curiosidade? Pois aproveite, que o livro Hipógrafo: escritos da gaveta está grátis na loja Amazon! Dê uma conferida e baixe-o para ler em seu Kindle: https://www.amazon.com.br/dp/B071SGC13Q
(a propósito: meu nome real é Rodrigo da Silva, mas assino os artigos aqui do Alforje como “Rodrigo Bazílio”, meu pseudônimo blogueiro)
Deixe um comentário | Enviado emLiteratura
Um grave acontecimento está sendo esperado por todos
Os banqueiros os capitães de indústria os fazendeiros
ricos dormem mal. O ministro
da Guerra janta sobressaltado,
a pistola em cima da mesa.
Ninguém sabe de que forma desta vez a necessidade
se manifestará:
se como
um furacão ou um maremoto
se descerá dos morros ou subirá dos vales
se manará dos subúrbios com a fúria dos rios poluídos
Ninguém sabe.
Mas qualquer sopro num ramo
o anuncia
Um grave acontecimento
está sendo esperado
e nem Deus e nem a polícia
poderiam evitá-lo.
Um grave acontecimento está sendo esperado por todos
Os banqueiros os capitães de indústria os fazendeiros
ricos dormem mal. O ministro
da Guerra janta sobressaltado,
a pistola em cima da mesa.
Ninguém sabe de que forma desta vez a necessidade
se manifestará:
se como
um furacão ou um maremoto
se descerá dos morros ou subirá dos vales
se manará dos subúrbios com a fúria dos rios poluídos
Ninguém sabe.
Mas qualquer sopro num ramo
o anuncia
Um grave acontecimento
está sendo esperado
e nem Deus e nem a polícia
poderiam evitá-lo.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. José Olympio editora, 2001, Rio de Janeiro.
Deixe um comentário | Tags: A espera, Brasil, Ferreira Gullar, lírica, literatura, Na vertigem do dia, pós-moderno, poesia, Toda Poesia | Enviado emLiteratura, Poesia
(Nota: este é o conto que inspirou o episódio “Arena”, da série Star Trek, ou Jornada nas Estrelas. O episódio é o 18º da primeira temporada, exibido em 1967 na TV americana).
Carson abriu os olhos e viu acima de si uma obscuridade azul e imprecisa.
Fazia calor e ele estava deitado na areia, sentindo a ponta de uma pedra meio oculta pela areia machucar-lhe as costas. Virou-se de lado, afastando-se da pedra, e sentou-se num impulso. “Eu estou louco”, pensou. “Louco — ou morto — ou qualquer coisa assim”. A areia era azul, de um azul brilhante. Mas não existia tal coisa, isto é, areia azul, nem na Terra nem em qualquer outro planeta.
Areia azul. Continue lendo
Deixe um comentário | Tags: 1967, arena, Capitão Kirk, conto, Enterprise, ficção científica, frederic brown, Gorn, GURPS, jornada nas estrelas, rpg, Sci-Fi, star trek | Enviado emConto, Literatura
Tempos depois do sucesso do artigo “Livros em formato ePUB”, este blog apresenta orgulhosamente uma biblioteca de livros digitais para o e-reader Kindle, da Amazon!
São milhares de livros em formato MOBI para visualizar gratuitamente em seu querido Kindle, e não são apenas aquelas obras antigas que se encontram em domínio público. E o melhor: estão todos em língua portuguesa!
Para vasculhar esta biblioteca de livros MOBI, acesse os links (que estão separados em várias contas de Google Drive):
Livros para Kindle – MOBI no Google Drive 1
Livros para Kindle – MOBI no Google Drive 2
Livros para Kindle – MOBI no Google Drive 3 (organizada em pastas por ordem alfabética)
Livros para Kindle – MOBI no Google Drive 4
Livros para Kindle – MOBI no Google Drive 5
Livros para Kindle – MOBI no Google Drive 6
Sobre os livros, as opções são bem variadas: tem John Green, Nicholas Sparks, Jojo Moyes, Stephen King, Sally Gardner, George R. R. Martin, Jessé Souza, Sun Tzu, Ariano Suassuna, Anne Rice, Olavo de Carvalho, Laurentino Gomes, George Orwell, Neil Gaiman, Dan Simmons, Bernard Cornwell, Adrian Raine, Napoleon Hill, William P. Young… enfim, você já deve ter entendido quão eclética é a lista de obras.
3 Comentários | Tags: bernard cornwell, dan brown, daniel galera, estudos, george martin, Jesse de Souza, John Green, Jojo Moyes, jostein gaarder, Kindle, Laurentino Gomes, Livros digitais, livros grátis, mobi, neil gaiman, nicholas sparks, Olavo de Carvalho, Rick Riordan, Rowling, Sally Gardner, stephen king, Stephenie Meyer, Sun Tzu | Enviado emLiteratura
(julguei importante republicar isso aqui no blog)
William Faulkner was born in 1897 in New Albany, Mississippi, where his father was then working as a conductor on the railroad built by the novelist’s great-grandfather, Colonel William Falkner (without the “u”), author of The White Rose of Memphis. Soon the family moved to Oxford, thirty-five miles away, where young Faulkner, although he was a voracious reader, failed to earn enough credits to be graduated from the local high school. In 1918 he enlisted as a student flyer in the Royal Canadian Air Force. He spent a little more than a year as a special student at the state university, Ole Miss, and later worked as postmaster at the university station until he was fired for reading on the job.
Encouraged by Sherwood Anderson, he wrote Soldier’s Pay (1926). His first widely read book was Sanctuary (1931), a sensational novel which he says that he wrote for money after his previous books—including Mosquitoes (1927), Sartoris (1929), The Sound and the Fury(1929), and As I Lay Dying (1930)—had failed to earn enough royalties to support a family.
A steady succession of novels followed, most of them related to what has come to be called the Yoknapatawpha saga: Light in August (1932), Pylon (1935), Absalom, Absalom! (1936), The Unvanquished (1938), The Wild Palms (1939), The Hamlet (1940), and Go Down, Moses, and Other Stories (1941). Since World War II his principal works have beenIntruder in the Dust (1948), A Fable (1954), and The Town (1957). His Collected Storiesreceived the National Book Award in 1951, as did A Fable in 1955. In 1949 Faulkner was awarded the Nobel Prize for Literature.
Recently, though shy and retiring, Faulkner has traveled widely, lecturing for the United States Information Service. This conversation took place in New York City, early in 1956.
INTERVIEWER
Mr. Faulkner, you were saying a while ago that you don’t like interviews.
WILLIAM FAULKNER
The reason I don’t like interviews is that I seem to react violently to personal questions. If the questions are about the work, I try to answer them. When they are about me, I may answer or I may not, but even if I do, if the same question is asked tomorrow, the answer may be different.
INTERVIEWER
How about yourself as a writer? Continue lendo
Deixe um comentário | Tags: entrevista, escritor, interview, literatura, livros, William Faulkner | Enviado emLiteratura
Agora, que chegaste à idade avançada de quinze anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é, o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura, acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca. Nem o papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?” Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é o lugar comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrastes essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira. Continue lendo
2 Comentários | Tags: Alice, Crônica, literatura brasileira, loucura, maria da graça, paulo mendes campos, reflexão, texto | Enviado emLiteratura
Deixe um comentário | Tags: #changebrazil, #verásqueumfilhoteunãofogeàluta, 20, 2014, 3, 3G, alan moore, anonymous, aumento, Brasil, choque, cidadania, confronto, constituição, copa, corrupção, curagay, demandas, dinheiro, educação, eleições, estudantes, facebook, fnord, gigante, globo, Guy Fawkes, hino nacional, internet, jornais, movimento, mpl, nacionalismo, passe livre, passeata, pátria, público, pec-37, pm, polícia militar, política, povo, protestos, reacionários, revolta, Rio de Janeiro, rj, saúde, salada, São Paulo, sp, tarifas, transporte, tv, twitter, v de vinagre, vandalismo, verbas | Enviado emCharge, Cotidiano, Literatura, Poesia, Tirinha
Não se pode ignorar a revolução. Mais tirinhas, aqui: http://www.amorimcartoons.com.br
Deixe um comentário | Tags: #changebrazil, #verásqueumfilhoteunãofogeàluta, 20, 2014, 3, 3G, alan moore, anonymous, aumento, Brasil, choque, cidadania, confronto, constituição, copa, corrupção, curagay, demandas, dinheiro, educação, eleições, estudantes, facebook, fnord, gigante, globo, Guy Fawkes, hino nacional, internet, jornais, movimento, mpl, nacionalismo, passe livre, passeata, pátria, público, pec-37, pm, polícia militar, política, povo, protestos, reacionários, revolta, Rio de Janeiro, rj, saúde, salada, São Paulo, sp, tarifas, transporte, tv, twitter, v de vinagre, vandalismo, verbas, vinagre | Enviado emCotidiano, Literatura, Tirinha
Você pediu que eu escrevesse sobre a maldade. Foi a primeira vez que uma pessoa me pediu isso. Você foi corajoso porque falar sobre a maldade é falar sobre nós mesmos. A maldade é algo que mora dentro de nós, à espera do momento certo para se apossar do nosso corpo. Ao pedir que eu falasse sobre a maldade você me pediu que o ajudasse a entender o lado escuro de você mesmo.
Para a gente entender a maldade é preciso entender, antes, os dois poderes de que somos feitos. Somos feitos de uma mistura de amor e poder. Amor é um sentimento que nos liga a determinadas coisas, e vai desde o simples gostar até o estar apaixonado. O amor quer abraçar, ficar perto, proteger. Amo meu cachorrinho: quero brincar com ele, tenho saudade dele. Se ele morrer eu vou chorar. Gosto da minha casa. Dói muito – dá raiva – se alguém picha de preto o muro que tinha justo sido pintado de branco. Gosto muito de uma pessoa: pode ser o pai, a mãe, o avô, a namorada. Por causa desse sentimento fico triste vendo que aquela pessoa está triste. O amor faz isso: coloca o outro dentro da gente. O que o outro sente, a gente sente também. Um amigo meu, pedreiro, senhor João, a primeira coisa que fazia quando me visitava em minha casa era salvar, com um peneira, as abelhas que estavam morrendo afogadas na piscina. Ele sofria com as abelhas. Continue lendo
10 Comentários | Tags: adolescência, amor, análise, argumentação, atitudes, carta, construtivismo, diálogo, didática, disciplinar, discurso, dissertação, educação, education, epístola, escola, estudo, filosofia, história, interdisciplinar, interdiscursividade, interpretação, intertextualidade, juventude, narrativa, pedagogia, poder, português, produção textual, redação, Rubem Alves, socialização, sociedade, sociologia, textual, transversal, valores, vandalismo, violência | Enviado emLiteratura
O texto a seguir vem circulando por emails de corrente há mais de dez anos, e, apesar de ser bem caricato e fanfarrão, possui um valor de utilidade pública bem sutil que pode ser de uma inesperada ajuda para todos os praticantes da boa escrita:
1. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, conforme deve ser do conhecimento de V. Sa. Outrossim, tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.
2. Evite abrev., etc.
3. Anule assonâncias altamente abusivas.
4. “não esqueça das maiúsculas”, como já dizia carlos machado, meu professor lá no colégio santa ifigênia, em salvador, bahia.
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz. Continue lendo
1 comentário | Tags: anacoluto, barbarismo, cacofonia, coerência, coesão, dicas, educação, escola, escrever, escrita, estrangeirismo, galicismo, gêneros textuais, gíria, linguagem, parágrafo, pleonasmo, pontuação, português, prática de redação, preciosismo, produção textual, substantivo, texto | Enviado emLiteratura